ato
nobre
...
e o mais jovem, compadecido da situação do seu desconhecido colega de sarjeta, “cavalo-babão”
do Largo, banco concreto semicircular, senta ao lado. Tão quieto como sentou, saiu.
Logo
mais, volta com meia dose de pinga e uma xepa de cigarro qualquer que catara. Oferece
ao ilustre desconhecido amigo.
Este,
mão esquerda já petrificada por falta de comando, maxilar inferior com a única
arcada, também já travando. Em elegantes apelos, pronúncia e linguagem corretíssimas
- o que sugere se tratar de um “ser bem formado” - desespero de causa nos R$2,00 implorados para tomar
uma pinga... tão triste quanto tétrico; referenciais à vida perdida, sem volta
(?)
Senti
a cena: um anjo atenuando dor alheia; sem cobrança, refletindo o próprio
futuro, talvez; talvez disfarçado de mendigo igual, menos sofrido, em missão de
conforto em umbral do negativador álcool, tão decente tal lama sólida
falsa-escarlatinada como qual rosa-sangue em flor da pele.
E,
num surto de fuga à fé, tentamos evitar umbrais-infernos onde mais longe exatamente
ao lado estamos.
Enxergar
por quê?
Estar
fora cega... dentro, mais ainda!
(Rogger)
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